The Flash – Os Mundos Colidem – Review sem Spoilers
Por Joá
Hollywood trabalha com ondas sazonais que ditam as tendências, a nostalgia nerd é o foco da vez. Filmes Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021), Picard (2020-21) e Obi-Wan Kenobi proporcionam ao público algo como um encontro de velhos amigos que o tempo distanciou. The Flash (2023) filme do diretor argentino Andy Muschietti se vendeu nesse sentido. A presença de Michel Keaton revivendo o icônico papel do Homem-Morcego trouxe de volta todo o encantamento do meu “eu” de 14 anos que pela primeira vez na vida entrou numa sala de cinema para ver Batman (Tim Burton – 1989). Porém, não se engane com a famosa regra “coloca o Batman que vende”, Nenhum dos Batmen que aparecem no filme tiram o protagonismo do Flash de Ezra Miller. O filme desenvolve camadas do personagem que os filmes anteriores não permitiram. O drama de Barry Allen é tocante e promete tirar lágrimas do público.
Muschietti é eficiente no drama, nas piadas e na ação predicados indispensáveis a um bom pipocão hollywoodiano. A sequência onde o Flash volta no tempo dentro do que eu chamaria de um “zootrópio cebola de camadas infinitas” é uma solução bonita e elegante do diretor. O brinquedo óptico que permite que uma sequência de imagens estáticas ganhe movimento à medida que o disco ganha velocidade é serve ao mesmo tempo como metáfora como homenagem tanto ao cinema como ao personagem.
Para o bem ou para o mal The Flash dá ao público a sensação de ler um gibi mensal cheio de ação e diversão, passando longe da pretensão de filmes que buscam inspiração nas graphic novels de narrativa densa e adulta. Por isso mesmo a afirmação de que esse é um dos “maiores filmes de todos os tempos do gênero” não devem ser levadas a sério pra quem gosta de filmes como a trilogia do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan. A de se ressaltar que a computação gráfica deixa bem a desejar em várias partes do filme, o que não compromete a experiência.
The Flash, é uma despedida divertida do DCEU. Um universo compartilhado cheio de controvérsias que não deixaram que a semente plantada em Homem de Aço (2013) crescesse sem podas desastrosas no caminho. Porém o filme com todo seu sentimentalismo, saudosismo e diversão também pode ser visto como um abraço demorado e apertado em todos os DCENAUTAS.